Freud

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O Mestre.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

e-Fólio B (PDA)

Turma 6
António Manuel Carvalho Machado
Aluno nº 1005571
1-Título: Vinculação e Resiliência: dois conceitos centrais no estudo da disciplina de Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem.
Resumo: Pretendo escrever sobre a extrema importância destes dois conceitos (Vinculação e Resiliência) no âmbito do estudo desta Unidade Curricular, da mesma forma, salientar como se processam estes fenómenos psicológicos no quotidiano.
A vinculação está presente desde os primeiros momentos da vida, é instintivo (Bowlby). Este conceito está muito relacionado com outro, que é a resiliência.
A resiliência é uma capacidade que se desenvolve ao longo do ciclo de vida e nos ajuda a seguir em frente, mesmo quando parece que não há saída ou solução para os nossos problemas.
Palavras-chave: Vinculação, infância, resiliência, superação e adaptação.
Vamos começar por clarificar o conceito de vinculação, que, segundo John Bowlby, é uma ligação instintiva mãe-filho. Ainda, segundo este autor, a vinculação tem as seguintes características: é um processo de proximidade, é um comportamento de refúgio e oferece uma base de segurança.
Por seu turno Mary Ainsworth definiu a vinculação como “a necessidade de estabelecimento de contactos e laços emocionais entre bebé e a figura materna” (Ainsworth.1973, p51) e ainda” uma relação reciproca e duradoura entre a criança e mãe ou outra figura próxima do bebé, em que cada um contribui para a qualidade da mesma” (Ainsworth,1973,p51). Esta autora dá tanta primazia as estas ligações precoces mãe-filho, que as considera tão importantes como a alimentação. Estas ligações acontecem, por exemplo quando a criança vivencia qualquer mal-estar e a mãe a põe ao colo, a criança sente a sensibilidade e atenção da figura materna e retribui com um lindo sorriso.
Se esta confiança básica se estabelece, é certo que a criança irá crescer sadia e irá alargar os seus horizontes, “ganhará asas para voar” e explorar o mundo, sabendo que sempre irá encontrar o seu porto seguro, na figura materna.
Todos nós sabemos que a criança quando nasce se encontra muito imatura, muito dependente dos progenitores, comparativamente a outras crias de espécies diferentes. Esta situação, que à primeira vista parece uma desvantagem, é, na verdade, muito adaptativa e vai levar a uma aprendizagem e a um conhecimento muito sofisticado da vida e do mundo, mas para isso a criança necessita da ajuda da mãe ou de um substituto estável, disponível e gratificante (Ainsworth. 1978). Aliada ao instinto da mãe para a vinculação, está o instinto do bebé, que usa ferramentas eficazes para atrair a si a atenção da mãe, como é o caso de agarrar, chupar, chorar e sorrir.
O sentimento de ser amada, constitui um dos factores fundamentais para o desenvolvimento da criança, por outro lado a separação brusca de uma relação precoce mãe-filho, pode ter consequências traumáticas.  
Para ter sucesso, para se desenvolver integralmente, para ser quem realmente é, a criança precisa de ter alguém que lhe mostre o mundo, que lhe explique como ele funciona (mundo) e acima de tudo: que a alimente, que a proteja, que a ame, que a entenda. Isto é a vinculação: uma ligação significativa, íntima e profunda entre dois seres humanos, um maduro e experiente, outro, totalmente dependente e vulnerável. Daqui se depreende que a vinculação é um conceito que se aplica sobretudo à fase infantil (embora possa acontecer com idosos dependentes).
De acordo com Ainsworth, existem vários tipos de vinculação: segura, insegura/evitante e ambivalente/resistente (Ainsworth et al, 1978). Tudo depende do estilo e da competência dos progenitores, da sua sensibilidade e empatia. Claro que o ideal seria que todas as relações mãe-filho fossem de estilo seguro, isso dotaria a criança das seguintes qualidades: competências individuais; competências com os adultos e competências com os colegas e os pares. Por outro lado, uma vinculação insegura, por exemplo de estilo ambivalente/resistente, iria criar na criança uma falta de habilidade para lidar com a ansiedade, situação muito negativa que poderia originar psicopatologias futuras, comprometedoras do seu desenvolvimento. O que acabei de referir é uma realidade, muitos problemas emocionais e mesmo psicopatológicos poderiam ser evitados se os progenitores estivessem mais atentos, mais informados, mais sensibilizados da extremíssima importância das boas vinculações, esta situação foi já denunciada por J.Bowlby.   
Da qualidade da vinculação mãe-filho, irá depender o futuro e a resiliência deste último. Por resiliência entendemos a capacidade de resistir face a uma situação de adversidade, é um processo de reconstrução psíquica e de adaptação, este processo é dinâmico e evolutivo (Ramos.Natália,2004).
Os psicólogos foram buscar o termo resiliência à Física e à Engenharia, basicamente, designa uma força que é aplicada a um corpo e este, depois da tensão a que foi sujeito, ter desaparecido, retoma a sua posição inicial, sem se deformar, algo parecido com uma mola de aço em espiral.
Se observarmos atentamente o mundo que nos rodeia, facilmente nos apercebemos que as pessoas reagem diferentemente às mesmas situações. Porque será que uma pessoa que à partida não teria muitas condições, sócio económicas, culturais e, até de saúde, consegue chegar longe, em termos de criatividade, talento, habilidades sociais, sucesso pessoal, profissional e familiar? Em contraste com a situação anterior, vemos pessoas que teriam tudo para serem felizes, competentes e saudáveis e, no entanto, parece que lhes falta algo, têm falta de energia interior, de “garra”, de força para desempenhar as tarefas quotidianas com alegria e entusiasmo.
No primeiro caso temos uma situação de resiliência, alguém que” faz das tripas coração” que abana, mas não cai, que se sabe erguer depois de ter caído, enfim, é um ser humano com uma estrutura “anti-sísmica”.
No segundo caso, verificamos que esta pessoa é muito vulnerável, muito susceptível, muito frágil, que desanima facilmente. Simbolicamente é o chamado “homem de vidro”, o “vidrinho” que quebra à menor contrariedade.
Comportamentos de resiliência e da falta dela, podem ser observados no dia-a-dia, é o caso de um doente com um problema grave, que consegue ir buscar forças e superar o desânimo, também será o caso de um estudante que, quando as coisas não correm pelo melhor, não desmoraliza e trabalha cada vez mais rumo ao sucesso. Infelizmente o inverso também se observa, nas mesmas circunstâncias, os indivíduos que não desenvolveram qualidades de resiliência, “vão a baixo” deprimem e sentem enormes dificuldades em lidar com as exigências do quotidiano. Fica a pergunta, será que estes indivíduos foram realmente estimulados, motivados, acarinhados, durante a infância, na altura da criação de vínculos fortes e estáveis? 
Da análise anterior se depreende que as pessoas resilientes possuem as seguintes características: sentido de humor, capacidade de antecipação e de planificação, quociente intelectual elevado, empatia, boas capacidades relacionais, autonomia e eficácia nas relações com o meio (Cyrulnik, 1998).
Bibliografia
Ramos. Natália (2004) Psicologia Clínica e da Saúde, Lisboa, Universidade Aberta
Tavares, José & Alarcão. Isabel (1992) Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem, Coimbra, Almedina
Tavares. José et al (2011) Manual de Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem, Porto, Porto Editora

2- O meu percurso de trabalho nesta Unidade Curricular pode-se resumir numa palavra: entusiasmo, de facto, desde o início desta caminhada que me senti fascinado pela temática abordada.
Esta disciplina, para mim é muito apelativa, muito actual, interessante e, se bem aproveitada, dá-nos bastantes conhecimentos. Temos a sorte de contar com uma professora que nos inspira com o seu entusiasmo, a sua alegria, a sua perspicácia a sua paixão pela psicologia e pelo ensino. Tenho consciência que deveria ter participado mais e melhor, pois a professora nunca se furtou a esforços para me ajudar.
Quanto às tarefas apresentadas, tentei cumprir o máximo que me foi possível, mas, é claro, tive dificuldades, muitas e de várias ordens: de gestão do tempo, por razões de ordem profissional e familiar. Apesar da boa vontade que tinha em cumprir as tarefas com dedicação e qualidade.
Estou muito satisfeito pela forma inovadora que a professora imprimiu a esta U.C, pessoalmente tenho aprendido muito, não só ao nível científico, mas, sobretudo ao uso das novas tecnologias ao serviço do ensino aprendizagem, refiro-me ao uso de programas que eu nem fazia a ideia que existiam, como são os casos: do Mapa Conceptual, do Prezi e do Voki.
De uma forma geral gostei de todas as actividades propostas, apesar de achar que os textos eram bastante extensos para tão pouco tempo, mas reconheço que eram muito bem seleccionados e devidamente enquadrados com a matéria em estudo.
Entendo que a professora utilizou uma metodologia moderna, centrada na interacção aluno-professor e aluno – aluno, claro que houve momentos que descurei um pouco este espírito de ensino aprendizagem e não colhi os frutos que poderia ter colhido, se tivesse sido mais pró-activo. No que diz respeito à avaliação, acho-a justa porque ela incide nas competências adquiridas ao longo do processo de aprendizagem e não apenas num exame único.
Penso que a professora quebrou o velho paradigma que existia na Universidade Aberta, quer dizer, antigamente os alunos conheciam os manuais da unidade curricular, “devoravam-nos”, treinavam uns exames antigos, que eram muito iguais de ano para ano, e, então, no exame final, “despejavam” tudo e aguardavam o “dezito” (10) que lhes permitia “despachar” a disciplina.
O velho paradigma terminou, com professores como a Angelina Costa, a professora incentiva-nos a pesquisar a ter iniciativa, a escrever (antigamente só se escrevia o nome do aluno, o resto eram cruzes) a professora “abana-nos “com o nobre objectivo de nos mostrar o que andamos aqui a fazer, o que estudamos e para quê, sem dúvida, que, quem quiser “arregaçar as mangas “ e trabalhar, vai sair daqui muito mais preparado e desenvolvido (já que é disso, também, que trata esta unidade curricular).

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